segunda-feira, 14 de março de 2011

Curta

Nada como uma boa cagada

Meu avô nasceu em 1908. Naquela época a maior diversão das pessoas era um bom papo entre amigos. Com isso, ele aprendeu vários “causos” engraçados e os dividiu comigo décadas mais tarde.
Quando morreu, em 2002, me deixou essa herança, que mistura a inocência e pureza de um tempo com a graça das anedotas.
Era uma vez um fazendeiro, pai de três meninas e queria saber o quanto cada uma gostava dele. Decidiu perguntar e começou pela mais velha.
- Minha filha, você gosta do papai como gosta de quê?
- Ah, papai, eu acho o senhor doce como doce de leite. Respondeu.
O fazendeiro ficou todo orgulhoso de saber o que a filha pensava dele, repetiu a pergunta para a filha do meio e ela disse: “papai, eu gosto do senhor, tanto quanto eu gosto de jabuticaba”. Mais uma vez ele ficou satisfeito com a resposta.
Agora só falta a minha caçula, pensou. Foi até lá e novamente indagou. A garota não pensou duas vezes antes de responder: “eu gosto do senhor, como eu gosto de uma boa cagada”, meu pai. O homem se espantou.
“Como assim, justo a minha caçula dizer uma coisa dessas?”
Decepcionado, ele se acabou de comer doce de leite e chupar jabuticabas. As iguarias bateram lá dentro, se estranharam e deu o maior revertério. O fazendeiro entupiu.
E ele sofreu e suou frio. Dizem que até chorar, ele chorou.
Mas quando conseguiu se aliviar, lembrou-se da caçula e concluiu: “essa é a filha que mais gosta de mim”. Porque afinal, nada como uma boa cagada!

2 comentários:

Pituca disse...

Eu que o diga!!!!!!!!! Como meu cu não é sistemático... Concordo em gênero, número e grau...

Ana disse...

Pity,

só vc mesma para colocar um comentário tão singelo como esse. Estou sentindo falta de ouvir as suas palhaçadas.
Beijo