terça-feira, 29 de novembro de 2011

Ferro e fogo


Não podemos levar tudo a ferro e fogo. Sabe por quê? Quando fazemos isso, nossa vida fica cinza e os músculos tensos demais, nos impede de descansar o corpo e a mente quando vamos dormir, e no dia seguinte, estamos exaustos e com o corpo rijo como o ferro depois que esfria. O trabalho não rende, o trânsito fica mais caótico do que é na realidade e encarar as pessoas torna-se um desafio. Desafio, nada. Na verdade, torna-se um saco mesmo. Também pudera, como vamos conseguir tolerar as piadinhas diárias de uns e outros sem uma pitada de bom humor?

Às vezes, ligar o botão do foda-se é preciso. Estamos precisando trocar o tom incandescente do ferro por flores e borboletas coloridas nos nossos dias. Vamos falar mais besteira, mas lembre-se: falar bobagem, não é sinônimo de fazer bobagem. Não seja tão sério e exigente consigo. Seriedade, respeito e amor próprio são indispensáveis à uma vida saudável em todos os sentidos, mas rir de nós mesmos e da vida, pode ser o primeiro passo no caminho em busca de uma tal felicidade.

Chorar, sim, quando for preciso. Porém, as lágrimas devem ser apenas uma forma de espantar a tristeza e não pode transformar-se em uma rotina. Não deixemos de colocar mais leveza nos nossos dias. Assim, o tom cinza do ferro resfriado vai ganhar nuances rosas, amarelas, alaranjadas, verdes, azuis e violetas, e nossos dias certamente ficarão mais divertidos!

domingo, 20 de novembro de 2011

A cor do amor


Se pudéssemos traduzir os sentimentos em cor, acho que a paixão seria vermelha e a indiferença, branca. Ninguém em sã consciência quer viver muito tempo no ambiente vermelho da paixão. Ele é muito legal, mas por ser forte, cansa logo. Estar apaixonado é maravilhoso, mas viver de paixão 24 horas por dia, sete dias por semana durante muito tempo é altamente estressante. Por outro lado, experimentar a cruel sensação de ser invisível para alguém é terrível. A brancura da indiferença, além de triste, também é cansativa.

Para mim, se o amor tivesse uma cor seria rosa. E eu acho isso engraçado porque o rosa é justamente a mistura da paixão vermelha e da branca indiferença, porém esses elementos nada têm a ver com a tranqüilidade do amor verdadeiro. O vermelho costuma dar o tom do início de um relacionamento (as tais borboletas no estômago) e o branco, do final (o gelo total).

O rosa é delicado, traz paz, tudo o que se precisa para construir um alicerce firme de uma história de amor. A delicadeza e a paz trazem consigo a paciência, a compreensão e a confiança. Vejo o amor como uma casa e esses ingredientes são a massa sólida que usamos para erguê-la. A nossa vida corrida não nos tem permitido cultivar esses sentimentos em nós. Então, se não temos tempo para exercitarmos a paz e a delicadeza em nós mesmos, como vamos conseguir encontrar alguém para juntos prepararmos a massa sólida do amor?

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Dilema feminino

A reclamação entre as mulheres hoje é geral. Todas reclamam que o mercado está difícil. O mercado de HOMENS. Os critérios para se escolher um pretendente se assemelham com as etapas de seleção para ingressar em uma empresa. Dia desses, vi até uma piadinha circulando na internet. Era algo do tipo: “homem é igual a mercado de trabalho: vaga tem, o que falta é qualificação”. Palmas para quem criou a frase, porque o negócio é por aí mesmo.

Nós somos modernas, independentes, cuidamos da nossa aparência, compramos tudo o que queremos sem depender dos homens. Somos profissionais bem sucedidas. Teoricamente podemos criar nossos filhos tranquilamente sem a figura paterna. Digo teoricamente, porque desse momento em diante, nós começamos a nos comportar como as nossas mães e avós. Elas sonhavam com o seu grande amor, um homem para ser o provedor da família. Aqueles que iriam “amá-las, respeitá-las, serem fiéis até que a morte os separassem”.

Nossas mães e avós se casaram e os maridos não foram bem como elas sonharam. A maioria dos homens descumpriu as lindas promessas feitas no altar, e elas batalharam, trabalharam muito, algumas em casa e outras fora, nos criaram bem. Mas parece que esqueceram de nos ensinar que eles podem até aparecer nas nossas vidas e fazer juras de amor eterno, porém, dificilmente irão cumpri-las.

Por isso, as mulheres da minha geração, acostumadas com independência, estão experimentando o sabor do sucesso profissional e o fracasso na vida pessoal. Elas querem se casar, ser mães e ter um cara companheiro para dividir a cama, as contas, as alegrias e tristezas. A questão é que eles têm um jeito de amar muito diferente do nosso. Não estou defendendo o papel dos homens, de maneira alguma, mas acho que quem quer ter um companheiro “para sempre” precisa entender que eventuais (ou constantes) traições fazem parte do pacote. Eles dizem que é uma questão de instinto, mas há controvérsias. Uns são mais inteligentes e não deixam rastro, ao contrário de outros, mas, no fundo, praticamente todos traem, e conviver com um homem hoje significa fazer uma opção difícil, porém necessária.

Infelizmente, as mulheres que buscam estabilidade também ao lado de um companheiro estão tendo que decidir se querem conviver com o fantasma da traição ou se preferem levar a vida sozinhas e sem sobressaltos. Uma visão triste e, em certa medida, machista. Seria tão bom se fosse tudo de outro jeito. Por que dois seres que teriam sido feito para se completarem são tão diferentes?

terça-feira, 8 de novembro de 2011

O melhor amigo

Não é raro encontrar por aí moradores de rua dividindo o pouco que têm com seus cachorros de estimação. Homens e mulheres que não têm onde morar e nem o que comer direito, garantem a sua própria sobrevivência e ainda a do cachorrinho, às vezes, o único companheiro que aquela pessoa tem. Viver na rua significa ter as adversidades como parceira. Eles enfrentam coisas que nós só conhecemos de ouvir falar. Eles realmente conhecem a fome, o frio, a violência e o risco de doenças, só para citar algumas coisas.

Para mim, uma apaixonada por cães, é emocionante ver essa cena. Primeiro, porque me mostra na prática que todos nós queremos – e precisamos – de amor. Segundo, que por trás da história de vida de uma pessoa sofrida, existe um ser humano bom, que não é egoísta e por isso mesmo, é capaz de compartilhar o pouco que tem com um ser bem mais frágil do que nós.

O gesto demonstra que todo mundo precisa dar e receber amor de alguma forma. E não é à toa que cabe aos cães o título, mais do que justo, de melhor amigo do homem. Penso que são mesmo. Que outro animal nos ama, assim, desse modo incondicional? Desconheço. Talvez as mães, mas isso é outro assunto. Nós brigamos com nossos cachorros, esbravejamos, fazemos cara feia para eles, em alguns momentos injustamente, e instantes depois, eles têm o dom de superar a ofensa e os xingamentos e nos oferecer o mais alegre dos “sorrisos” por meio do balançar frenéticos de suas caudas.

Alguém que vive em condições sub-humanas, não sabe onde vai passar a noite, não tem certeza se terá o que comer quando acordar, e ainda tem a capacidade de carregar consigo um animalzinho de estimação para cima e para baixo, tratando com cuidado, dentro de suas possibilidades, tem todo o meu respeito. Isso significa que aquela pessoa não tem posses, mas seu coração é grande e rico em amor. Essa gente é generosa e não se deixa contaminar pelo egoísmo que paira no ar. Desejo que cada vez que esses homens e mulheres passarem por nós, possam provocar em pelo menos uma pessoa, a percepção que despertou em mim. Sim, eles são miseráveis, de acordo com as estatísticas, mas ricos em amor carinho e não têm a palavra egoísmo em seu vocabulário.