terça-feira, 8 de novembro de 2011

O melhor amigo

Não é raro encontrar por aí moradores de rua dividindo o pouco que têm com seus cachorros de estimação. Homens e mulheres que não têm onde morar e nem o que comer direito, garantem a sua própria sobrevivência e ainda a do cachorrinho, às vezes, o único companheiro que aquela pessoa tem. Viver na rua significa ter as adversidades como parceira. Eles enfrentam coisas que nós só conhecemos de ouvir falar. Eles realmente conhecem a fome, o frio, a violência e o risco de doenças, só para citar algumas coisas.

Para mim, uma apaixonada por cães, é emocionante ver essa cena. Primeiro, porque me mostra na prática que todos nós queremos – e precisamos – de amor. Segundo, que por trás da história de vida de uma pessoa sofrida, existe um ser humano bom, que não é egoísta e por isso mesmo, é capaz de compartilhar o pouco que tem com um ser bem mais frágil do que nós.

O gesto demonstra que todo mundo precisa dar e receber amor de alguma forma. E não é à toa que cabe aos cães o título, mais do que justo, de melhor amigo do homem. Penso que são mesmo. Que outro animal nos ama, assim, desse modo incondicional? Desconheço. Talvez as mães, mas isso é outro assunto. Nós brigamos com nossos cachorros, esbravejamos, fazemos cara feia para eles, em alguns momentos injustamente, e instantes depois, eles têm o dom de superar a ofensa e os xingamentos e nos oferecer o mais alegre dos “sorrisos” por meio do balançar frenéticos de suas caudas.

Alguém que vive em condições sub-humanas, não sabe onde vai passar a noite, não tem certeza se terá o que comer quando acordar, e ainda tem a capacidade de carregar consigo um animalzinho de estimação para cima e para baixo, tratando com cuidado, dentro de suas possibilidades, tem todo o meu respeito. Isso significa que aquela pessoa não tem posses, mas seu coração é grande e rico em amor. Essa gente é generosa e não se deixa contaminar pelo egoísmo que paira no ar. Desejo que cada vez que esses homens e mulheres passarem por nós, possam provocar em pelo menos uma pessoa, a percepção que despertou em mim. Sim, eles são miseráveis, de acordo com as estatísticas, mas ricos em amor carinho e não têm a palavra egoísmo em seu vocabulário.

Um comentário:

Isabella Feitosa disse...

Aninha vou te contar um segredo bem baixinho: Confio mais em um cachorro do que em um ser-humano, uma pessoa.

bjs