domingo, 9 de outubro de 2011

Que venham os 30

Faltam poucos meses para eu completar 30 anos. É engraçado porque a proximidade do próximo aniversário me faz lembrar como eu temi a chegada dos 20. Como isso hoje é uma coisa pequena, e como me faz rir! Completar a segunda década de vida me fez mal, me sentia frustrada por não ter alcançado alguns objetivos que tracei para minha vida, e sofria por isso, mas como alcançar tantos objetivos tão cedo? Não havia dado tempo de viver nada.

Hoje é bem diferente. Ainda não consegui muitas das coisas que desejava há 10 anos, mas em compensação estou muito feliz com as conquistas que estou fazendo. A maior vantagem da maturidade é se conhecer melhor. A sensação que tenho é que sempre soube das coisas que gostava e não, mas a diferença é que agora eu consigo entender por que gosto ou deixo de gostar de algo, e vejo isso como um prêmio. É como se antes, nos primeiros 29 anos da minha vida, eu fosse uma criança que sentia dor, sono e fome, mas não sabia me expressar com palavras. Hoje, perto dos 30, eu encontro palavras para me explicar a mim mesma. Consigo compreender o que está acontecendo e por que está acontecendo, e acho maravilhoso.

A vida me mostrou vários caminhos, sem saber qual era o melhor, escolhi uma trilha e segui em frente, sem saber o que poderia encontrar. Deparei-me com morros difíceis de subir, que levava a lugares de ar rarefeito e, em outros momentos, descidas tão fortes, que me fez sentir muito medo, mas entre altos e baixos, encontrei estradas retas, bem tranquilas. Pelo caminho eu tomei alguns tombos, esfolei um braço, um joelho, às vezes, aparecia um ferimento um pouco mais grave, mas felizmente, eles se curaram e deixaram apenas uma cicatriz, como forma de lembrança do passado. E foi aí que me dei conta de que algumas das minhas cicatrizes me lembra que certos machucados foram frutos de momentos muito felizes.

Assim, sigo vivendo. Com marcas, umas mais escondidas do que outras, é claro que olhar para elas, me faz reviver o que se foi. Às vezes caio na gargalhada, e em outras choro um pouquinho com saudades do que passou. Mas uma coisa é certa: cada uma delas contribuiu para me dar muita experiência e vida e fazer de mim uma pessoa mais forte e feliz. Que venham os 30!

Um comentário:

Ariadne Lima disse...

Sei bem o que é isso, amiga. Adorei o texto. Beijo!