quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Planejamento e organização

Certo dia eu vi uma reportagem na TV sobre planejamento de carreira. Três jovens com idades entre 17 e 19 anos foram entrevistados. Eles falavam sobre onde gostariam de estar quando terminassem a faculdade.

Me surpreendeu o excesso de otimismo deles. Uma garota disse que queria dar entrada no apartamento dela aos 23 anos. Ora, se ela sai da faculdade aos 21, 22 anos, por mais esforçada que seja e ingresse nas melhores empresas do país como trainee, acho inviável que com os próprios recursos tenha condições de fazer tal investimento, um ou dois anos após receber o diploma.

A matéria não mostrou quais desses sonhos eram possíveis ou não. Mas lembrou do papel dos pais na hora de incentivar os filhos. Eles podem ajudar a mostrar os limites deste planejamento. A questão é que desde crianças somos bombardeados por uma série de perguntas que nos “obrigam” a começar a desenhar nossos rumos desde muito cedo.

“O que você quer ser quando crescer?” Esta é primeira das perguntas. Depois vem outras mais difíceis. E o pior é que a resposta aos cinco anos é diferente aos 10 e aos 15.

Por exemplo, quando tinha 17 anos eu queria ser uma repórter bem sucedida da Folha de S. Paulo. Depois de um tempo como jornalista, tinha planos de tentar ser diplomata. Aos 19 ainda queria a Folha, mas as aulas de telejornalismo me apresentaram um novo mundo que me encantou. E dez anos depois, como eu estava? Nem São Paulo, nem Brasília, onde funciona a sede do Instituto Rio Branco, de formação de diplomatas.

Fui parar no interior do interior de Minas, mas antes passei por outras quatro cidades em várias regiões do estado trabalhando com TV. Não era nada do que pensava quando estava no colégio. Tal realidade jamais passou pela minha cabeça enquanto estava na faculdade.

O engraçado é que a gente tem sonhos, se planeja para vivê-los, mas de repente, algo pode sair diferente e nem por isso ficamos infelizes. Ainda não trabalhei em nenhum dos lugares que sonhava quando era estudante, mas mesmo assim sou feliz com o meu caminho e sei que o sonho maior não foi perdido. O que eu queria aos 17 era o mesmo que queria aos 21 e o mesmo que desejo para os 29. Ser competente!

Então, planejamento e organização são fundamentais para traçarmos objetivos de vida. Sem eles, as coisas ficam meio fora de controle (pelo menos para mim, que sou bem metódica). Mas isso só serve para dar um norte e não para ser perseguido com obsessão.

Tenho uma amiga que queria terminar a faculdade aos 24, comprar o carro aos 25, casar aos 26 e se mãe aos 28. Nada saiu como ela planejou. Foi embora do Brasil, fez a vida na Europa e hoje tem uma família digna de comercial de margarina. Tudo que ela queria aconteceu. Só que fora do tempo que havia programado, mas certamente, infinitamente melhor do que qualquer coisa que ela havia sonhado.

E tudo isso só vem para provar que a gente não é dono de nada nessa vida. A única coisa que nos resta fazer é seguir um caminho correto. O resto se ajeita aos poucos. Se não se ajeitou ainda é porque não é hora.

2 comentários:

Unknown disse...

Vc já sabe como é meu cálculo, né?! Se eu não desencalhar dessa vez, eu tenho que correr... Até eu arrumar outro namorado: 28... até ele querer casar comigo: 29... até casar de fato, 30... até meus filhinhos chegaremm... sabe Deus!

Ana disse...

Adooooro! Eu já parei de fazer esses cálculos e entreguei pra Deus. Só Jesus na causa. Hahahaha. Beijo