"O ódio espuma. A preguiça se derrama. A gula engorda. A avareza acumula. A luxúria se oferece. O orgulho brilha. Só a inveja se esconde." Zuenir Ventura
Esta frase sintetiza maravilhosamente bem o que o mestre Zuenir Ventura demonstra ao longo das 268 páginas do romance “Inveja – Mal Secreto”. Li este livro há uns cinco anos. Quando vi o exemplar na casa de uma amiga quis ler por três motivos: primeiro pela admiração incondicional pelo autor, segundo por considerar o tema super interessante e terceiro porque talvez pudesse encontrar nele respostas para algumas perguntas. Afinal, o que é essa tal inveja que a meu ver, todos sentimos em algum momento da vida, mas quase nunca admitimos e quando chegamos a fazê-lo dizemos que é “inveja branca”? Para mim inveja branca ou inveja boa é apenas um modo sincero de o invejoso admitir seu sentimento, praticamente um eufemismo.
De acordo com definição do dicionário Aurélio, inveja quer dizer desgosto ou pesar pelo bem ou pela felicidade do outro e desejo de ter o bem de outra pessoa. Em inglês a palavra inveja (jealous) serve tanto para designar ciúme quanto o pecado capital que poucos assumem. Em português, embora as palavras sejam distintas, certos tipos ciúmes são a mais clara demonstração de inveja, ainda que o sentimento não seja revelado. Isso explica, por exemplo, o fato de colegas terem “ciúmes” de outros no ambiente de trabalho. Com o tempo percebemos que a inveja existe em situações em que o invejado é absolutamente inofensivo. Onde já se viu um professor ter ciúmes de um aluno, sendo que o educador já tem uma carreira consolidada e o estudante ainda terá que dar muitos passos para alcançar seu mestre? É surreal, mas existe.

Bom, mas voltando ao início da conversa, como foi o livro que me serviu de inspiração para o post, então fica como conselho dar uma conferida para se deliciar com um excelente texto, histórias surpreendentes e tirar as próprias conclusões sobre o assunto ou ficar ainda mais confuso em relação a inveja, assim como eu.
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